Em tardes de verão
Sinto-te perto e no meu ombro
Sinto o cheiro a oliveira
Sinto-te encostado no meu rosto
Relembro palavras e confusões
Relembro-te inteiro, em meias paixões
Tento esquecer palavras em vão,
Tento esquecer gestos e confissões
No céu há mais um caminho
Pintado de ódio e daquele amor
Cheiro-te na memória e no carinho
Que insiste em ficar, sem pudor
Guio o carro pela colina
Onde o sol se divide por tudo
Esconde-se com vergonha da sina
E brilha como se fosse mudo
À sombra o passar do vento
Arrefece os assentos escaldados
Pelo calor que um dia infernou
O céu no lugar dos amados
É em tardes de verão
Que te amo com carinho
Relembro a ilusão
E odeio-te, de mansinho
Adeus
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