28 de fevereiro de 2014

Voltamos ao início, meu amor

E esta paixão
Amaldiçoada como o tremoço
Onde adormeço em criação
E acordo em alvoroço?

Se pudesses perceber
O limite que me dás
Assim, só de presença
E a alteração que me faz

Queria ficar em amores
E em grandes silêncios
Que constrangedores
Que pedaços esplêndidos!

Não, não gastamos as palavras*
Nem pela rua
Nem tão pouco pela dor

Palavras que estremecem
A teu olhar e a teu jeito
Os olhos não dizem mas parecem
Percorrer-me com todo o peito

Basta uma por ti dita
Pra meu caminho me deixar
Num pranto d'vontade aflita
De nunca deixar de te amar

Vamos ainda hoje
Gastá-las por essa rua
E dar de nós para nós
O prazer d'uma promessa tua

E já o mestre dizia
Que quem muito sente, cala.
Quem quer dizer quanto sente,
(...) Fica só, inteiramente. 

Já rodopiamos canções
Mas nunca do mesmo cantor
E de um remoinho de emoções
Voltamos ao inicio, meu amor


* Referência ao poema "Já gastamos as palavras pela rua, meu amor" de Eugénio de Andrade 
Itálico: Fernando Pessoa no poema "O amor quando se revela"

Adeus

Madrugar com côr é outra coisa


Adeus

Regresso da Lili à cidade maravilhosa


Adeus

Desatualizado

Estas duas semanas sem computador foram suficientes para ficar com o blogue desatualizado.
Tenho tanto o que escrever.

Adeus 

9 de fevereiro de 2014

Tenho o nome de uma flor - Eugénio de Andrade


"Tenho o nome de uma flor

quando me chamas.
Quando me tocas, 
nem eu sei
se sou água, rapariga,
ou algum pomar que atravessei."



in «As Mãos e os Frutos», 1948
Eugénio de Andrade

Adeus