29 de dezembro de 2012

Volta que já se faz tarde

Continuas aqui. 
Continuas a saber que estás aqui e a não saber porquê. 
Continuamos a não saber o porquê de cá estarmos.
Continuamos os dois, imbecis, como todos os outros.

Vem uma música dizer o que pensamos ser.
Vem um filme mostrar o que pensamos representar. 
Mas... continuamos aqui. 
Sabes que por mim continuava.
Sei que por ti também. 
Por que razão ainda aqui estamos, se não for para continuar?  

Volta que já se faz tarde.
O meu futuro espera-nos.
E sabemos que o teu também.



Adeus

28 de dezembro de 2012

Natal

Estendal

Gata Francisca
Luz
Avó
Mãe
Rir para a fotografia é cliché
Esta é a cara dela de: Sou linda e gosto
Egocentrismo e pés da titia 
Pinheirinho de ramos verdinhos
Boas vindas
Eu feia e Ela linda. 
Colina de laranjas e Pai
Eu e o meu piercing. Veio com as meias. 
Adeus

22 de dezembro de 2012

Prazeres da Vida

Eu gosto de escrever e de falar sobre o que realmente importa! No entanto, raramente o faço.
Chegou o momento de relembrar pensamentos altamente uteis.
Vê-se gente a espremer-se por aí com as simples razões de que o Sporting está a morrer ou de que o Benfica anda depenado. Vamos lá avaliar. Não critico quem o faz, até porque sou a favor da diversidade cultural e o mundo também precisa de seres fúteis. Sentir remorso ou felicidade quando se assiste a meia dúzia de músculos andantes com brinquinhos de latão caro é igual a discutir tonalidades de maquilhagem e bolsas da marca “Luís botões” ou “Chánele”.
Conversa de futebol entre dois homens é igual a conversas entre duas senhoras de 70 anos. Eles dizem: “Fomos roubados! O Luisão até ficou careca com o amarelo!” E as senhoras dizem: “E a “saúdinha” vai boa? Este tempo…está frio não está? Mas também já fazia falta. Olhe! Um Santo Natal e que Deus a ajude!” 
Já para não falar das Senhoras que vão aos programas deprimentes da Fátima Lopes com o objetivo de provar a sua honestidade. E como é que fazem? Um Senhor Doutôre espanhol amarra-as a uma cadeira e mede-lhes os batimentos cardíacos! (chamado: "o teste do polígrafo") Pior: Toda a aldeia acredita naquilo.

Aproximando-me da questão principal, o que realmente nos faz sentir bem é fazer aquilo que nos faça sentir bem. Parece óbvio. Mas o que é que nos faz sentir bem? É aqui que entra o meu ponto de vista.
Ainda no outro dia, durante umas tertúlias femininas, foram-me arrancados argumentos sobre o que realmente importa na vida. Ora então, haverá algo melhor que coçarmo-nos quando temos comichão? Haverá algo melhor que beber um copo de água quando se sente muita sede? Haverá algo melhor que aliviar a bexiga após horas de sofrimento? São prazeres insubstituíveis.
Quando alguém vier com a conversa de que está a chover e é chato, ou está frio e é ainda mais chato, relembrem, a esse alguém, as suposições que se seguem. 
Já pensaram na hipótese de sermos proibidos de nos coçarmos? Mesmo quando apertam aquelas comichões nas costas, que para chegarmos lá com as unhas temos de nos torcer todos? E se nos tirassem as mãos? Até nas paredes nos roçávamos! Já pensaram na hipótese de só podermos beber um copo de água por dia? Naturalmente o dilema da bexiga cheia já seria mais fácil de debater...Mas um copo de água por dia não chega nem para dar de beber à saliva.
Eu sei que aquelas conversas futebolistas entre homens e as conversas negativo-religiosas entre senhoras de 70 anos também fazem parte da diversidade! A questão aqui é simples. Esqueçam as futilidades. Comecem a dar valor às unhas, à retrete e ao copo de água. Sem estes três meios de prazer não sei como seria! 

Adeus

21 de dezembro de 2012

As palavras são como rios


As palavras são como rios,
Fluem com chegada marcada,
Fluem como nunca antes fluíram.
Fluem, fluem, fluem…

Esperança invade água já quase passada.

E mais do que querer é querer demais,
Mais do que as palavras são gestos e rosais,
Mais do que vontade não há nada,
Vontade insolente, que é logo cortada.

As palavras são como rios.
Fluem, fluem, fluem…
Fluem com chegada marcada.

Adeus

15 de dezembro de 2012

"Culinár" o telespectador



Já todos tivemos a oportunidade de entrar numa cozinha e de endoidecer o olfacto com sabores que em segundos se transformam em comida no nosso cérebro. 
Já todos vimos televisão. 
Logo, já todos tivemos a oportunidade de entrar numa cozinha televisiva (São premissas verdadeiras que formam o argumento inválido- logicamente impossível, mas fica aqui o registo do meu esforço) 

Foi através deste pseudo conceito que se criaram os programas de culinária. Programas como o "Master Chef, "Top Chef" e essas "chefisses" todas. 

Tentar relacionar as sensações visuais com as olfativas e gustativas que vão sendo criadas pelos telespectadores, não é tão boa ideia como parece.
A maioria das pessoas considera este formato de programas altamente útil. Útil para uma aprendizagem, útil para entretenimento, útil para alguma coisa que pensam que seja útil, ou útil apenas. 
Eis a minha maneira de ver as coisas: Até que ponto é justo para um telespectador ficar a par de todo o desafio que é proposto aos pré-chefes, de todos os ingredientes que são precisos para o processo, dos altos e baixos da elaboração, das criticas dos juris e da prova do pratinho final? Mais injusto ainda é nem sequer provar o resultado final! Ou seja, os júris provam e dizem: "nhami que bom" ou "nhaca que mau" e os telespectadores ficam a salivar no sofá. Isto é como não dar de comer a um gato abandonado depois de lhe esfregar uma sardinha no focinho.
Engana-se aquele que pensa que estes programas proporcionam momentos de boa formação nutricional. Estes programas só deixam o nosso cérebro carente de alimento! Ainda mais carente de alimento, digo. 
Mas depois está claro, há o fator da "fome", que me diz que esta minha teoria só está correta se vocês virem esses programas cheirosos com a barriga vazia. Se os virem sem fome, esqueçam!
Mas se por ventura o telespectador for adepto do pecado mortal "Gula", aí sim, com ou sem fome a minha teoria  fará sempre sentido.
E é isto.


Adeus



11 de dezembro de 2012

Saudades de ti E de ti nada sei

De tanto desejar o improvável...o meu sono prolonga a noite. 
Abre em mim o vazio da solidão. 
-Porquê? Não quero! Estou a dizer que não quero!
Está a acontecer. 
Foge de mim, imaginação fértil. 
Foge de mim, vontade de a ter. 
De tanto Imaginar... Ah, imaginar...viver de olhos fechados aquilo que se quer viver de olhos abertos...
Já sinto saudades de ti E de ti nada sei.

Foge de mim, vontade.
Foge de mim antes que o coração te acompanhe.

Adeus




30 de novembro de 2012

Uma Semana após Zeitgeist

Quando é que o Mundo se vai aperceber que já cheira mal de tanta maldade e manipulação?

Mas depois pensamos para nós: Será que devemos mexer alguma palha? Será que devemos ocupar a mente a pensar naquilo que não está ao nosso alcance, nem nunca estará? Será que devemos dar graças por Portugal não ter petróleo nem outra riqueza alguma? 
A questão do terrorismo é teatral. Se eu analisar a fase em que pensava que o terrorismo era feito por pessoas com algum tipo perturbação, até me sinto melhor. Pior é saber que o terrorismo é um processo artificial da sociedade e que não nasceu do conflito social, foi criado pelo conflito de quem manda! Isso é que é assustador. É assustador saber que há pessoas que se movem só pelo interesse material. Para quê? Será que esses homens acreditam em algum tipo de religião que lhes transmita céu eterno? Claro que sim, só um religioso cria conflito. Mas o importante seria perceber a razão que leva esses homens a quererem unir o mundo todo. Parece um conceito bonito, "unir o mundo todo", mas não é, e só não é bonito porque primeiro, consiste num único interesse maquiavélico, e segundo, porque usam e empurram o conceito de "terrorismo" aos países mais ricos e vulneráveis fazendo com que as pessoas que engolem diariamente essa manipulação acreditem nessa treta.
Poderia ficar horas a escrever sobre isto, mas a minha alma chora por saber que a imprensa é o principal meio de manipulação, quando eu serei, futuramente, uma profissional da comunicação. Ou seja: Estou a tornar-me aliada dos abutres manipuladores.

Talvez os olhos não queiram abrir.
Talvez a manipulação seja um processo inerente à sociedade.
Já não há muito a fazer.
Uns dizem que é treta, outros chamam-lhe "conspirações" e suspiram.
Eu suspiro. Suspiro de tanta indignação, de raiva e ao mesmo tempo de agradecimento. Agradecimento por não ter nascido num país rico em petróleo.

Adeus

18 de novembro de 2012

The knight’s dream - Rui Batista


The knight’s dream

Já todos ouvimos a lenda,
Do cavaleiro que salva a dama,
Presa algures sem ninguém que a defenda,
À espera que alguém a tire daquele drama.

Há quem a deseje alcançar,
Outros preferem ignorar,
No entanto uns irão lutar,
Para esse conto realizar.

Então com olhos cheios de convicção,
E força dentro do coração,
O cavaleiro mergulha no desconhecido,
Para realizar o seu desejo tão querido.

Ele viaja, cresce e aprende,
Sempre procurando a sua dama,
Querendo cumprir o sonho que tanto ama,
E ter alguém que o compreende.

Após muita procura e aventura,
O coração reage perante uma bela princesa,
Após tanto esforço e procura,
Poderá ele ter encontrado o que tanto deseja?


As duas almas vão-se aproximando,
O cavaleiro sempre defendendo,
Aquela que faz o seu coração bater,
Pela qual ele daria tudo o que possa ter,
E faria tudo o que ela pudesse querer.

Até que um dia ele reúne a sua força,
E conta a lenda para a sua princesa,
Quase que salta de surpresa,
Quando ela diz que também deseja a lenda.

Então ele confessa quem ele quer,
Que fique com ele para realizar a lenda,
Prometendo protege-la de quem a ofenda,
Mesmo que a sua força venha a desaparecer.

O sorriso da princesa esvaneceu,
E a sua expressão empalideceu,
Em lágrimas disse que não poderia acontecer,
E vira costas, pronta para sair a correr.

Antes de ela se esconder,
O cavaleiro implora “porque?”
E a princesa só consegue responder,
“Tu não és o príncipe que eu quero ter…”


O cavaleiro jaz de joelhos no chão,
A sua armadura desfeita pela desilusão,
Sua espada quebrada pela força da situação,
Lá ficou no chão, sem conseguir qualquer reacção

Uma única pergunta está na sua mente,
“ O que faço agora, com o sonho perdido?”
Voltar para a princesa e por ela lutar?
Seguir seu caminho e outra alma procurar?
Ou desistir do sonho e pelo mundo vaguear?
O coração baterá sem sentido,
Enquanto uma resposta a alma não encontrar.

 Rui Batista


(não sei como admites isto, natinho)
Adeus

3 de novembro de 2012

Scar Tissue

Quando mais quero falar de incompatibilidade, menos consigo. 
Quando tenho tudo para conseguir falar dela, fogem-me as palavras.
Se calhar não é incompatibilidade. Se calhar é apenas indiferença, divergência ou não reciprocidade. 
Mas se assim fosse, por que razão o foi sempre? Por que razão a satisfação é oculta? Por que razão um sorriso teria de ser arrancado e não o ser espontâneo? 
Fala-se de timidez. Quando a confiança é muita, a timidez não existe. Não existe para esconder a mutualidade, a satisfação e os sorrisos. 
Eu substituiria timidez por desinteresse. 
Quando não se ouve a mesma canção, quando não se ouvem as mesmas teclas, quando não se soltam gargalhadas, o amor apodrece. Este amor é substituído pelo "carinho especial", é substituído por momentos eternos, por momentos que ambos sabem que não irão ser falados tão cedo, nem mesmo antes de dormir. Fica o gesto. Fica a companhia. Fica a amizade. Fica o carinho; o "carinho especial".


Adeus


19 de outubro de 2012

Poema da fantástica noite da Receção da UM

Pela segunda vez te vi, 
E só boas coisas ouvi.
Uma boa noite passada, 
A paciência mais que usada.

Rapazes a apreciarem tua beleza,
Com promessas de amor mas com um bocado de incerteza.

Uns grandes sorrisos dados 
E um bêbado carregado,
A casa chegamos, 
Já bastante cansados.

Tua beleza admirei, 
E belo bolo apreciei.

E hoje te digo como prometido:
És linda e era capaz de te amar


Rui Batista




Adeus

17 de outubro de 2012

Será que te conheço?

Começo já por dizer o que me leva a escrever o que se segue. Por muito que pensemos que conhecemos alguém, muito pouco disso é real. Não seria tão precipitada,  mas a verdade é que nunca conhecemos verdadeiramente alguém como pensamos. As pessoas são máscaras, máscaras azuis, amarelas, vermelhas, roxas, brancas e ás vezes até são arco-iris. Algumas delas são pintadas por cima da cor original, outras ainda tentam manter-se iguais ao sempre. Mas a realidade da máscara está presente nos maus e nos bons momentos. Arriscaria dizer que os maus momento são ótimos para ver a tinta falsa a escorrer pela máscara,  mas nos bons momentos também se descobrem artistas cheios de invídia. Mas isso já dava assunto para versão/livro das revistas popularistas Ana e Maria.

Normalmente diria que sou boa a ler gente, até porque me identifico com o Tim Roth no Lie to me, e decerto que tenho aquele dom. No entanto, não sou tão perspicaz como um dia julguei ser. E é aqui que entra a dúvida. Será que te conheço? Será que distingo um sorriso sincero a um mau-estar com o mundo atrás desse sorriso? Não. E nunca uma reposta fez tanto sentido como nesta fase da minha vida.
Para quem acha que os seres carnais são aquilo que aparentam, e não falo de falsidade, mas sim de vergonha ou pouco à vontade de assumir algo, acha mal. Todos temos um lado lunar. Todos temos uma face oculta. E todos temos algo que nos apoquente solitariamente. Mas no dia em que sentirmos que o mundo está a descambar, é necessário abrir o código de leitura a alguém,  é necessário mostrar o sentimento da alma, é necessário dizer ao mundo exterior quem reina no interior.
Há quem tenha o dom de descodificar o código de leitura, mas também há quem tenha o dom de o esconder. Quando isso acontece, só se espera que não seja tarde.



E mais grave do que não ter sido perspicaz em ler-te, foi não ter sido perspicaz em salvar-te.
Descansa em paz, Gil.



Adeus

30 de setembro de 2012

Mensageiro Religioso


No outro dia fui ouvir a palavra do Senhor. É verdade, fui fazer uma honra a S.Miguel, o padroeiro arcanjo da pequena aldeia de Assares, onde vive a minha avó. Como a senhora fez anos nesse dia, fiz-lhe essa vontade. E como diz o natinho, avó é avó.
Poderia dizer que foi um sacrifício à minha vontade, porque preferia ter ficado no sofá a explorar a TDT, mas até que foi hilariante. Chegamos à capelinha, toda pintada a dourado, cheia de riqueza por sinal, e vimos umas dezenas de pessoas “conhecidas”. E ponho as aspas no “conhecidas” pela simples razão de que toda a gente me conhece como a neta do senhor Alcino, ou a filha da Paulinha, e eu não conheço ninguém! Estou a mentir. Conheço algumas caras, os nomes é que não se colam nessas caras. Lá na aldeia há Marias que têm cara de Rosas, e Joanas de Marias. Mas talvez a culpa já não seja do meu cérebro. As pessoas daqui é que veem pouca gente durante o ano e todas as caras que lhes aparecem à frente são facilmente reconhecidas. Mas já estou a desviar do assunto principal.
Nesse dia fui inundada pela fantástica realidade de que o Pastor é pago para que a mensagem do Senhor chegue aos devotos. Para além dos donativos que são feitos pelos crentes, do imposto anual religioso e espiritual chamado de côngrua, ainda recebem um pagamento por ler uma folha de papel de frases soltas? Ou é por terem um bibe branco que corre o risco de ser sujo por tomarem o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo?
Eles são pagos pelos crentes que apenas querem ouvir a palavra do Messias! E o mais engraçado da palavra Messias? É um conceito Judaico. Em Israel acreditava-se na vinda de um humano à nação para que essa fosse reconstruida. Esse humano era Jesus, o Messias. O que se torna engraçado, judeus e cristãos... Enfim.
Em relação às frases soltas, que são ditas pelo Senhor Padre, não estou a exagerar. Ora vejamos: 
“Nós fomos criados para salvar o mundo. Há muita maldade lá fora. S.Miguel era um arcanjo. Um arcanjo é um anjo. Os arcanjos são mais poderosos que os anjos. E o que é um anjo? Anjo é aquele que transmite uma mensagem, é um mensageiro. Um arcanjo é um mensageiro mais poderoso.Um dia o céu foi invadido pelo mal e S.Miguel arcanjo combateu-o. Lutou contra o mal e protegeu o céu. É daí que surge a sua imagem da seta espetada na serpente.”
Por onde começar? Pela ótima qualidade de contador de histórias em frases pseudo-simples ou pela não-violência que a igreja defende? Que me lembre, no início disseram que um anjo era um mensageiro, não um soldado com asas e setas como a Brave.
Continuando nas curiosidades, que de certa forma é impossível evitar na questão da religião católica, ocorre-me o assunto dos andores. Se não sabem o que são andores, são umas pirâmides floridas com um boneco de porcelana no topo. Normalmente são levados por quatro “valentões”. E já se sabe porque pus as aspas. Se dividirmos aquele peso pelos quatro, fica mais leve do que transportar uma mochila do primeiro ciclo.
Avançando, na capelinha tinha dois destes andores. Um com cravos vermelhos e outro com cravos cor-de-rosa. (Prometo ignorar o símbolo da revolução aqui presente.) As senhoras iam chegando, dirigiam-se aos andores, agachavam-se a uma lata de Nivea cheia de alfinetes, pegavam na nota e espetavam-na numa fitinha que saía de S.Miguel. Eu dei-me ao trabalho de contar o dinheiro, e não porque queria saber à força, mas porque tinha tempo suficiente para o contar. Aliás, até queria saber, só para o meu cérebro provar aos meus olhos que aquilo era verdade. Estavam lá 600 e tal euros. Ora bem, quanta Milaneza, aspirinas, arroz e roupa dá para comprar? Eu ainda perguntei à minha avó o porquê de encherem a fitinha de bens materiais, ao qual ela me responde que eram promessas para o santo padroeiro. Ok. Só para que saibam, pessoas que espetam alfinetes nas fitas dos andores, aquele dinheiro vai para a igreja comprar incensos e velas cor de marfim. Vai para o IMI do Sacerdote, ou então vai para um cofre que mais tarde é esbanjado na construção de uma Matriz de dois milhões de euros, como foi no caso de Viana do Castelo.
"O padre é um pregador da doutrina de cristo." Eu diria: um padre é um cobrador da doutrina de cristo. Aquela atitude de cobrar às pessoas para ler passagens ou histórias de própria autoria ainda me está atravessada. O Mensageiro de Deus é uma entidade privada! Eles é que estipulam o valor que querem receber. Viva ó luxo.
Isto já deu muita discussão lá em casa, sobretudo quando as pessoas confundem a lógica com o que se é feito há anos… “Sempre se deu dinheiro para a igreja”. Ora bolas, sempre se deu, mas não tem lógica quando há tanta gente a passar fome! Não eramos todos irmãos? 
“Antigamente os padres andavam a pé, e passavam necessidades” Logicamente que agora não, quem anda a pé e passa necessidades é quem apoia o Pastor. 
“Uma altura, como o padre ali de Santa Comba andava muito a pé, a população juntou-se e comprou-lhe um carrito.” Muito bem. Ao menos foi um negócio honesto e direto. Não foi a coincidência de aparecer um Mercedes na porta das traseiras da igreja, quando no dia anterior tinha havido uma promessa a algum arcanjo. 
“Deus é nosso pai”. O meu conceito de pai está um bocado desviado deste. O meu pai nunca deixou que me faltasse nada, muito menos me fez pagar-lhe os ensinamentos da moral e da ética da sociedade em si.

Eu acredito na ideia de que todas as religiões provocam a separação entre os povos. Apesar de haver inúmeras religiões, o nosso país é maioritariamente católico. Se eu sou? Bem, é uma pergunta profunda. Nasci numa família cristã, segui todos os passos de um respeitoso cristão. Segui porque me fizeram seguir. Se acredito numa entidade poderosa acima de todos nós? Não. A minha mente é muito ligada à Teoria do Big Bang, ao ancestral comum e à pangeia de há 200 milhões de anos. A minha avó costuma dizer que andamos a estudar para estúpidos. Estas teorias até podem nem passar de estupidezes, mas se querem intitula-las como “estupidezes”, vamos antes intitular os 78 livros da Bíblia.


Adeus

27 de setembro de 2012

Salame de chocolate/6h

Só para que fique registado o dia em que comi o melhor salame de vila real. Obrigada Hi5.


E agora que sei que lês o meu blog, Élsio, que também fique aqui registado que contribui consideravelmente para a bebedeira que evitou que comesses o famoso salame.




Adeus

26 de setembro de 2012

Homossexualidade

Hoje fiquei a saber que o famoso poeta português, Eugénio de Andrade, era homossexual. É verdade. Todos aqueles poemas cheios de amor que líamos no florescer da adolescência eram todos dedicados a um homem. O amor é, realmente, uma bebedeira de sentimentos interessante. E a ressaca é igual em todas as vitimas. Apesar de ele ter passado a vida a escrever palavras e a descrever momentos que tenha passado com o companheiro, nada transparece essa realidade...O amor é igual em todo o lado, seja de homem para mulher, de homem para homem ou de mulher para mulher. O que é sentido é o mesmo. O que é pensado é o mesmo. E o que se vive...tenta-se que seja o mesmo. 



Alguns dos poemas deste romântico:


A boca,
onde o fogo
de um verão
muito antigo
cintila,
a boca espera

(que pode uma boca
esperar
senão outra boca?)

espera o ardor
do vento
para ser ave,
e cantar.


Húmido de beijos e de lágrimas
ardor da terra com sabor a mar,
o teu corpo perdia-se no meu.

(Vontade de ser barco ou de cantar.)


Que me quereis,
se me não dais
o que é tão meu?


É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.



Adeus

23 de setembro de 2012

Enrolar a minha mente na de alguém

Se fosse possivel entregarem-me de bandeja alguém com os mesmos gostos que eu, eu agradecia. Não haveria nada melhor que enrolar a minha mente numa mente igual à minha. Isto vai parecer um anuncio dos classificados igual ao que eu, o jorge, a lili e o David estivemos a ver no Café Concerto. 
Se eu pudesse acabar a vida com alguém que goste de Jim carrey, Woddy allen e de Jason Bateman, seria perfeito. Há aspetos que são obrigatórios. Preferir Jantar em casa a ir a um restaurante, preferir ver um filme na cama a vê-lo no cinema, ou até preferir verão a inverno.
Mas mais obrigatórios, e desculpem o meu à vontade no esquema que arranjei, seriam os seguintes pontos:
- Saber ouvir boa música; de preferência da "época da música", os fantásticos 80. 
- Saber falar de um bom filme e de um bom ator; ver muita comédia e um bom Notebook não faz mal a ninguém. 
 Obrigatório: "Love me if you dare", "The notebook", "the truman show", "Man on the moon", "horrible bosses", "Midnight in paris", "before sunrise", "taxi driver", "pulp fiction", "Submarine", " A minha namorada tem amnésia", "scoop","big fish", "liar liar", e mais uns tantos!
Quanto à música:
- Belinda Carlisle: "I get weak", "Heaven is a place on earth"; Sting: "shape of my heart", "fields of gold", "Every breath you take", "English man in new york", "Fragile", "Desert rose"...  (algumas são dos The police, mas é dele na mesma), Bryan Adams: "please forgive me", "heaven", "all for love", "let's make a night to remember", "when the night comes". Billy joel: "uptown girl", "honesty", "the longest time", "you may be right", "she's always a women". Eric Clapton: "Wonderful tonight", "tears in heaven. John lennon: "imagine", "your song". Tracy Chapman: "fast car", "talking about revolution", "baby can i hold you", "telling stories"...Tudo que seja músicas de fazer bebés dos anos 80/90 e Jason Mraz, que não faz parte da época mas é um romântico.

Depois de ler o que escrevi cheguei à conclusão que as pessoas com 21-31 anos foram feitas com estas músicas de tirar o chapéu. A geração de indivíduos que nasceu nesta década é a geração mais bonita! É bom saber que o meu pai sempre gostou deste tipo de música e com certeza que em 1991 ainda a ouvia. Como até aos dias de hoje a ouve. E como até aos dias de hoje a ouvem muitos.

Não pensem que este texto foi produzido num momento de mais ou menos carência. Nada disso. Mas às vezes começo a pensar no futuro, e no" happy ever after" e chego à misteriosa verdade de que são estas coisinhas que nos preenchem a alma.
Procurar quem as tenha é a parte mais difícil. Pensando melhor, a minha gata poderá ser uma forte candidata a este lugar. Quem me dera que ela tivesse a capacidade de falar! E daí não, ainda fazia chantagem comigo... 

Pelo sim pelo não, ficam aqui as minhas coisinhas...Aquelas que se podem enrolar na mente de alguém. 


 

Adeus

18 de setembro de 2012

14 de setembro de 2012

Se a carne é fraca...

"Se a carne é fraca e o coração é vagabundo, não há mesmo muito o que fazer. Bate a química e a física completa-se"


Adeus

25 de agosto de 2012

Animais



Os animais são BEM melhores que muitas pessoas que por aí andam. Seja um gato, um cão, um cavalo ou um boi. Qualquer um deles sente como a gente. Touradas? Façam touradas humanas. Divirtam-se a tourear em cima de alguém do vosso tamanho. Cultura? Só diz que "Tourada é cultura" quem nunca foi a um teatro, quem nunca viu um bom filme ou leu um bom livro. A mente tem de evoluir com os hábitos. A essa gente que chama as touradas de um "espetáculo cultural", porque é que não fazem xixi num penico debaixo da cama? Seria mais cultural... Porque é que não tomam banho uma vez por semana? Seria de extrema cultura. Ah, e porque é que não vão plantar os produtos que comem invés de irem comprá-los ao continente? Isso sim, seria cultura! Preservar os costumes antigos...(Não é que o Continente não seja um espetáculo, mas também é culpado na percentagem de miséria do país.)


Animais são aqueles que gostam de maltratar os animais. Fracos de espirito, imbecis. 

(Os primeiros animais, não os segundos. )

"A compaixão pelos animais está intimamente ligada a bondade de caráter, e pode ser seguramente afirmado que quem é cruel com os animais não pode ser um bom homem."


Adeus.

19 de julho de 2012

Praias

-De onde és? 
-De Viana do Castelo
-Hei. Viana! Que fixe! Boas praias, costumo ir lá de férias. 
Ou
- Viana! já fui lá às festas da agonia e ao Cabedelo.
Ou
- Ah, já fui lá uma vez com os meus pais, e uma outra vez à Amorosa.
Ou
-Conheço, fui lá uma altura ao monte lá em cima, Santa Luzia. E depois fui à Praia Norte.

Por que razão é que as pessoas pensam que Viana tem praias espetaculares?
Tem. Se por acaso forem adeptos de algum desporto náutico, incluindo o desporto de ficar escondido nas dunas. (se isto por acaso for desporto náutico, porque desporto é de certeza.) Digo escondido nas dunas porque o vento é tanto que me atreveria a dizer que existem tornados em todas as praias do distrito. 
Tapa-vento. É o assessório mais usado pelos banhistas vianenses. Antes da toalha, diria eu. Porquê? Sem tapa-vento corre-se o risco de se ser levado pelos ares de Caminha à Amorosa. E não é exagero. Talvez, só um bocadinho. Mas de Caminha ali até à praia do Pardal não é exagero nenhum.
Em Viana há praias para tudo. Praia para tomar café (Praia Norte), praia para mergulhar a cabeça em rochas (Praia de Carreço), praia para famílias (Praia do Pardal), praia para ser mordido por peixe aranha (Praia do Cabedelo), praia dos fixes (Praia da Mariana) e até há uma praia (Praia dos Ingleses)onde se encontra toda a gente que se conheceu durante toda a vida em Viana. Incluindo professores primários.

O que eu quero dizer com esta treta toda é que, pode haver muita praia em Viana e para todos os géneros .. Mas praias que se prezem, onde se possam apanhar banhos de sol e não banhos de areia, mergulhar e nadar com bandeira verde sem correr o risco de se ficar por lá, são as praias algarvias. 

Quem me diz que é do Algarve, é o que penso.
-"És do Algarve? Tem praias espetaculares"

Adeus.


7 de julho de 2012

Olhares

Fui descobrir o "sobre mim" na minha página olhares.

"Cada momento na nossa vida, quer seja importante quer não, deve ser registado. Um dia mais tarde, os promenores serão tratados pela saudade e é nessa altura que o tempo decide a importânica de cada momento."

E não é que tenho razão?

Adeus



2 de julho de 2012

Mulheres

"Faz parte da natureza das mulheres desprezar quem as ama e amar quem as detesta."
Miguel Cervantes

Adeus

1 de julho de 2012

A máquina


Hoje comprei a máquina. 
Digo "a máquina" porque já há uns anos que queria uma. E já há alguns meses que ando de olho em algumas. Comprei a Nikon 5100. Estava para comprar a Canon 550, mas como os meus pais têm uma Nikon analógica cá em casa, cheia de equipamento, flash, uma lente de 2.8, bolsa... comprei da mesma marca.
Pareço um bebé com um brinquedo. Cheguei a casa e pus-me a abrir a grande caixa. Nessa caixa vinha um livro com as melhores fotografias de 2011, a  máquina, a lente, um tripé e ainda um colete castanho claro tropa, de fotografo. A emoção que estava a sentir ao abrir a caixa durou pouco. Não fosse a minha mãe a dizer-me para ir estender a roupa, porque "está muito vento agora, agora seca bem!",  "apanha a outra também". E lá fui eu. 
Interromper aquele momento foi a mesma coisa que mandar uma criança estender a roupa depois de abrir as prendas no Natal, sem as poder experimentar antes.
Resumindo, vão ser só grandes fotografias agora. 
Sim, porque talento já o tenho. cof cof

Primeira fotografia ao meu feio com a minha linda:




Adeus

19 de junho de 2012

Cheiros fotográficos

Em tudo há um aroma, desde as frutas aos cestos destas, das especiarias às pessoas especiais. 
Eu posso não saber distinguir o Messi do CR, mas que tenho uma boa memória olfativa, tenho. 
Qualquer pedaço de ar é capaz de me fazer lembrar alguma coisa.
É habitual ouvirem de mim: "cheiras a isto, cheiras a aquilo". Aliás, como é habitual em toda a gente. Mas o que eu quero dizer é que consigo conhecer as pessoas, os momentos e os lugares, através do olfato. 
Não, não sou o Jean Baptiste português, até porque não nasci em França nem debaixo de uma banca cheia de tripas de peixe, muito menos tenho as facas e os frasquinhos que ele tinha. Dizem que cada pessoa tem um dom, se isso for verdade, este é o meu. Aliás, se houvesse um curso de cheirador eu tinha feito a inscrição. Mas para ensinar a cheirar, claro. 

Este postagem não faria sentido (se alguma vez o fizer) se eu não falasse dos cheiros pelos quais a minha memória chora. Chora no sentido de que já fazem parte dela. No sentido em que eu dou sentido à memória, no sentido em que eu ponho a memória a chorar só de se lembrar dos cheiros. (Memória a lembrar-se, uau.)

As oliveiras fazem-me lembrar as minhas raízes, a outra metade de mim. Vejo nelas Mirandela, o Vale da Vilariça, a minha avó e o verão transmontano. Com o cheiro do cloro tenho uma relação de amor ódio. Não é um cheiro agradável, mas quando se convive 15 anos com ele, entranha-se. Ah, o Acqua di gio de homem é outro aroma que me deixa feliz. Mas há por aí nesse mundo outro perfume masculino que faz chorar as pedras da minha calçada. Um dia que lhe descubra o nome, venho aqui publicar. Assim como quando descobrir qual o melhor jogador do mundo.

Adeus

18 de junho de 2012

Unfaithfully yours

"Dear Karen,





If you're reading this, it means I actually worked up the courage to mail it so good for me. You don’t know me very well, but if you get me started I tend to go on and on about how hard the writing is for me. This is the hardest thing I ever had to write. There no easy way to say this so I’ll just say it, I met someone. It was an accident, I wasn’t looking for it, I wasn’t one the make it was a perfect storm. She said one thing and I said another and the next thing I knew I wanted to spend the rest of my life in the middle of that conversation. Now there this feeling in my gut that she might be the one. She completely nuts in a way that makes me smile highly neurotic, a great deal of maintenance acquired. She is you Karen, that’s the good news. The bad news is that I don't know how to be with you right now, and that scares the shit out of me. Because if I am not with you right now I have this feeling we will get lost out there. It’s a big bad world full or twist and turns and people have a way of blinking and missing the moment. The moment that could of changed everything. I don’t know what’s going on with us and I can’t tell you should waste a leap of faith on the likes of me. But damn you smell good, like home and you make excellent coffee that has to count for something. Call me!
Unfaithfully yours,
Hank Moody"

Californication, Temporada 2, episódio 11





17 de junho de 2012

Poderes

Às vezes penso que se tivesse poderes como nos Misfits, queria o de transferir qualidades e defeitos de uma pessoa para outra. Não penso nada. A verdade é que nunca pensei nisto como um poder de Misfits. Mas que seria útil no caminho da busca da felicidade, seria. Andamos aqui com o objetivo de obter o maior prazer que conseguimos. Os animais vivem para procurar o prazer. Nós somos iguais, só que disfarçamos. Disfarçamos com valores, éticas, mentiras, aparências, regras...
Ao fim de contas, vimos sozinhos para ficarmos juntos. Juntos a alguém que disfarce valores, éticas, mentiras, aparências e regras da mesma maneira que nós.
É aqui que entra a compatibilidade. A vida é um tetris. Temos de saber encaixar peças em peças até que o tempo acabe. 

Todos deveríamos acreditar que isto é um conto de fadas. Mesmo sabendo que não o é. As quatro palavrinhas do "Viveram felizes para sempre" soam tão bem como sol no verão. 
Mas já que não temos poderes como nos Misfits, até porque nunca sofremos uma tempestade tão forte, temos que nos satisfazer com a busca da compatibilidade de que falei em cima.
 Porque será esta a chave de um verão com sol.

Adeus.


16 de junho de 2012

Programas deprimentes

No meio de tantos programas deprimentes que os grandes canais televisivos oferecem, finalmente fazem um que não é, por totalidade, uma perda de tempo. 
Eu sou a favor de couves no meio da cidade. A sério que sou. É engraçado ver os imbecis citadinos a verem, alguns pela primeira vez, de onde vem o milho, as beterrabas e as batatas. Sem me esquecer do sal, que muitos pensam que é algo que se colhe no mar, como algo que Deus mandou dos céus. Enfim.
Quando digo imbecis, digo pessoas de fraco espirito, que agem segundo a rotina nada recompensadora que uma cidade tem para oferecer. Ah e coiso a cidade não presta. Não é isso. Às vezes a cidade também parece um paraíso. Mas isto não é assunto interessante, como se algum fosse. 

Resumindo, a Sonae é um espetáculo. 

Adeus.

Cheguei e é tarde


É tarde. E também é tarde para começar a escrever aquilo que penso, em vez de o dizer, ou em vez de o guardar. Dizem que se deve dizer o que pensamos. MENTIRA. São tudo tretas de quem pensa que a falsidade é a coisinha mais feia que o mundo tem. Depois desses há os artistas, que escrevem o que os outros devem ouvir e não aquilo que querem ouvir. Falsidade é uma forma inteligente de andar pelo mundo. Escondido, despercebido, esperto!  Mas não queiram ser inteligentes ou espertos. Sejam artistas.

É tarde e eu vou dormir. E já agora. A pior coisinha que o mundo tem é a ganância. 

Adeus.