23 de maio de 2013

"Hoje é o meu Dia"

Ainda me lembro daqueles tempos em que contava os dias para fazer anos. O tempo vai passando e o aniversário toma outra importância. São trocadas as músicas de parabéns pelas mensagens de facebook, são trocados os beijinhos, abraços e amassos pelas mensagens de telemóvel, e até mesmo as festas de aniversário à luz do sol passam a ser à luz da noite. 
Para além de ser o dia mais egocêntrico de sempre, o aniversário é, sem dúvida, o dia mais melancólico do ano. Também é esse o objetivo de festejarmos uma data tão nossa, para pensarmos em tudo o que já vivemos, não? A minha cabeça não se escapa do passado e eu não me escapo do aviso: "Quando chegares aos 30 queres voltar aos 21".
A verdade é que nunca aproveitamos o que temos, nem a idade. Há uns anos estaria a fazer 11 e pensava como seria ter 21. Hoje faço 21 e queria voltar a fazer 11.

Mas já que, no meio da melancolia, podemos ser egocêntricos:
 Hoje é o meu dia. É o dia do meu aniversário.

Adeus







19 de maio de 2013

Caneta sem tampa

Não quero ser a caneta sem tampa que mancha o estojo de dentro para fora. 
Assusta-me saber que em todos os estojos há uma caneta dessas. 
Quero ter tampa para nunca secar.
Quero ter um estojo onde possa ficar. 
Quero quero quero, assim, como quem chama por mim
Delírios
Adeus

1 de maio de 2013

Bocage

Magro, de olhos azuis, carão moreno,
Bem servido de pés, meão na altura,
Triste de facha, o mesmo de figura,
Nariz alto no meio, e não pequeno:

Incapaz de assistir num terreno,
Mais propenso ao furor do que à ternura;
Bebendo em níveas mãos por taça escura
De zelos infernais letal veneno:

Devoto incensador de mil deidades
(Digo, de moças mil) num momento,
E somente no altar amando os frades:

Eis Bocage, em quem luz algum talento;
Saíram dele mesmo estas verdades
Num dia em que se achou mais pachorrento.

Bocage


Adeus

Sensações inúteis


Queria ser imune, talvez como nunca o fui. 
Tinha essa vontade, vontade de ver o mundo tal como ele é e esquecer aquilo que um dia me afastou da realidade. 
Pensei estar a conseguir. Pensei. Sim, pensei. 

As “sensações inúteis” “por coisa nenhuma” voltaram. Desta vez, de mente para mente. Amor pelo intelecto- certamente.
Conquistaste-me a consciência e quando a mente é fraca, a carne não tem resistência …

                                                                         Adeus

Há qualquer coisa em ti


Há qualquer coisa em ti que me felicita e entristece.
Fascina-me, até.
Não sei ao certo qual deles o primeiro, mas ao certo sei que vêm e voltam.
Fazes-me ganhar brilho quando no escuro da noite estou - Na noite em que adormecer é difícil.
Escrevo agora porque da noite e da manhã se prolongou.
Fizeste-me reencontrar livros de poemas dos Artistas do Grande Artista. Se soubesses quanto tempo espero pelas palavras de visita…
Volta que espero por ti. Espero por ti até um dia ter coragem de dizer-te, dizer-te que o brilho que ganhava no escuro da noite, já se prolongou. 

Adeus