29 de junho de 2015

Que tramada fui

Silenciamos tudo e nada nos serviu
O cheiro que não tens
Não ter decidido nada
Desculpa se assim foi
Desculpa-me a trapalhada.
Devagar, fomo-nos dando
Rápido nos afastamos
Não por ti, pelos dois
Não por ti, mas por amarmos
Por tudo e por tudo, 
Por nós e pelo calor
Que sabes tanto de mim
E eu de ti só o amor
Sabemos tanto, tanto,
Sabemos tanto um do outro
Foi esplêndido
Tudo esplêndido
Do mar à terra e do centro ao lado
Foi tão mas tão...
Foi tocar no sol
No conforto de um lar
Foi tocar em ti
Ah, aquilo foi amar
És o lar sem cheiro
És o lar com voz
És o lar que me faz respirar
És o lar dos olhos cinzentos com chuva
Azul com o céu e verdes ao olhar
Respiraste-me alegria, paixão e Vida
O sossego éramos nós
Éramos tudo o que queria
Que tramada fui por desistir
Do lar que tanto éramos
Que tramada fui por nos iludir
Que isto tudo era eterno



Adeus

24 de junho de 2015

Não me venham falar disso

Odeio o Porto e odeio o São João.
Odeio, odeio, odeio.
De cá de dentro...vomito tristeza. 
Esta noite de 23 para 24 dá-me náuseas.
Mesmo no meio da felicidade, das brasas para assar o robalo - porque nem sardinhas já havia - dos amigos, dos manjericos, e dizem, do amor, aquela noite conseguiu ser a mais infeliz da minha vida - De mim para mim e comigo mesma.
Completamente impotente e vendo a felicidade ao lado de Júpiter.
Aguentei tudo mas caí. 
Agora...aguento tudo e às vezes caio.
Não quis ver os jornais da noite de hoje, porque as memórias iriam chegar.
Não quis abrir videos no instagram, porque os sons dos martelos iriam soar-me mal.
Não quis terminar de ler estados que falassem disto.
Que dia tão feio, festivo para uns e fucked up para outros.
Não me venham falar de martelos nem de sardinhas.
Não me venham falar do fogo de artifício e não me venham falar daquela cumplicidade toda.
Não me venham falar do Porto. 
Nunca fui feliz naquela cidade.
E nem lhe vou dar essa hipótese. 

Obrigada, galão de freixo.
De mim para ti.


Adeus

23 de junho de 2015

What is love?

Tudo dito.

Orange is the new black

Adeus

Pedaço de humor

Sim, hoje fez-se história na minha vida amorosa.
Entrei para este grupo no facebook. Não poderia estar mais orgulhosa.


Agora a sério. Cada postagem é um pedaço de humor. Vale a pena. 

Adeus

Parabéns à criança dos meus olhos

O meu único primo nasceu neste dia, há dois anos. Estive 18 horas no bloco de partos. Vi-o nascer, vi-o crescer e agora vejo-o somar anos. É difícil pensarmos que a vida passa rápido mas é tão bom quando o bebé que vimos chorar pela sua primeira vez já corre e destrói tudo em casa. Habituamo-nos à banda sonora do canal Panda e os Caricas passam a ser os nossos Dire Straits. Quando o vou buscar ao infantário fica tão feliz de me ver e eu fico de coração cheio por ele gostar tanto de mim. A verdade é que ele até ficaria feliz de ver o lobo mau, se esse o tirasse do infantário. Quando chega lá a casa, as gatas fogem-lhe como não houvesse amanhã. Percebo-as. Ele faz delas gato sapato. Corre atrás das bichas a soltar gargalhadas, puxa-lhes os bigodes, empurra-as para se deitarem e dá-lhes palmadas - pensa ele que de carinho - em todo o corpo. Elas obedecem e não lhe fazem mal. Ele adora azucrinar as minhas princesas e eu deixo. Deixo porque ele é o meu príncipe. Gosto tanto dele. É parte de mim, mesmo não sendo. Um dia, na noite de ano novo, desejei que a minha tia nos desse uma alegria destas. E que alegria foi. E que alegria é.
Parabéns à criança dos meus olhos. Parabéns ao "jeitoso". Parabéns ao Eduardo.




Adeus

21 de junho de 2015

Ainda há génios vivos

Hoje fiquei na praia até àquela hora de sol confortável. Aquele sol que não queima na pele mas que aquece. Aquela altura do dia em que os óculos de sol são recolhidos e tudo fica mais livre, mais suave e mais quente ao olhar. 
Quando subi as escadas de casa já eram oito e meia e eu a meia hora do início de um concerto que tinha prometido ver. Faltava-me tomar banho, vestir-me, jantar e chegar ao Chiado. Parecia-me impossível mas na meta estava Jorge Palma e rápido quebrei as barreiras. 
Rodei a chave, atirei com tudo para cima da cama, peguei na toalha da cabeça, no roupão e abri a água morna. 
Sentia entusiasmo e o pouco tempo que tinha nem permitiu que a ansiedade viesse incomodar.
Peguei na pulseira do pé, no relógio, no batom, no anel olho de tigre e espetei tudo na mala. Enquanto descia as escadas já o relógio agarrava o meu pulso e o anel estava pronto a juntar-se ao indicador.
Uns metros a compor-me e rápido cheguei à parte em que deixei de ter qualquer responsabilidade no relógio. A parte do transporte. Sabia que podia estar até quinze minutos à espera do 15E. No momento em que cheguei à paragem vi que faltava um minuto. Digo-vos, meus caros, não há nada melhor do que ver um minuto no placar da Carris. Pus o meu batom vermelho no elétrico, com uma plateia de dois indianos e alguns estrangeiros. Não estava com pudores, ia ver Jorge Palma e queria estar bonita. 
O jantar ficou adiado e o meu estômago, como não tem olhos nem ouvidos, pouco quis saber onde eu ia e queixava-se como nunca. 
Corri com o GPS na mão e lá cheguei, ao Teatro São Luiz. 
Enquanto comprava o bilhete já lhe ouvia a voz. Entrei nas palmas da segunda música. Sentei-me. Por momentos nem acreditei que estava ali, depois de tanta correria.
Só foram precisos dois segundos para tudo valer a pena. A voz, as notas do piano, os cabelos cinzentos, o suor e a saliva que saltava a cada verso, visível através da luz que cruzava o palco. Dois segundos foram suficientes para encher os olhos de lágrimas. Não por ser o Jorge Palma, a pessoa  atrás do artista, mas por serem aquelas letras, aquele compositor, aquele cérebro, aquele momento e aquelas músicas, que tanto significam.
O fim do concerto foi a gota de água, literalmente. Talvez o universo lhe tenha dito mas a minha favorita era mesmo aquela última, A gente vai continuar. Completamente arrebatador. Senti tanto que desse tanto pouco pensei sentir. Senti-me leve e feliz. Aquelas notas fizeram-me infinita. 
Pousei nas nuvens e nada existia para além da audição. Naquele momento reencontrei-me. E que belo encontro que foi.
O concerto era dividido com a fadista Aldina Duarte. Não a conhecia em palco e impressionou-me. Senti o fado como deve ser sentido, a tremer nos últimos versos. Culpam-se as letras anteriores de Palma, é certo, mas a verdade é que até Aldina Duarte o referiu como um génio e disse que se houve alguém que a ensinou a conjugar o verbo Sonhar, foi ele. Eu diria que com ele aprendi a conjugação do verbo Amar. Ninguém escreve tão bem amor em música. No bairro do amor do mundo de Palma, não há prisões nem hospitais e cada um tem de tratar das suas nódoas negras sentimentais. E, enquanto eu tiro a mão do queixo e não penso mais nisto,  penso que o que lá vai já deu o que tinha a dar. Mas...é nestes momentos que me submeto a um estado de nada. A um choque pós reencontro. É nestes momentos em que atinjo o estado em que enquanto houver estrada para andar, penso que a gente vai continuar. 



Itálicos de Jorge Palma: "Bairro do Amor" e "A gente vai continuar".

Adeus

13 de junho de 2015

Para ti, Marília finalista.



Se há nome que digo quando me perguntam se tenho amigos de longa data, é o teu. Para além de seres uma das grandes que ficou de sempre e para sempre, estás quase a tornar-te na minha médica favorita. Oh yeah, you read right. The sexy doctor is here.
Estás a ver aquelas vidas num hospital, cheias de emoção, amores, sucessos, filhos lindos, casa linda, tudo lindo? Que dão para fazer dramas televisivos e imensos filmes? É a vida que eu vejo para ti no meu cérebro. Nunca vou esquecer quem me ensinou a nadar na cama com a touca da Bélgica, quem comeu um pedaço de bolo caído no chão e disse: o que não mata engorda. E os teus conselhos que nunca morrem? São os únicos que oiço a sério. De adolescente croma, como éramos, tornaste-te numa mulher incrível. 
Os meus parabéns a uma das pessoas mais inteligentes e aplicadas que conheci. Tu deixas a preguiça com vergonha de existir. 
Beijos mil, da picos.




Adeus