29 de janeiro de 2015

Mas estão com medo de falar sobre isto?


Ninguém ousa falar sobre o assunto nas redes sociais, na rua ou nos cafés. Há mais professores espalhados por este Portugal do que algum dia julgamos haver e é nestas situações que os identificamos, neste caso, não os identificando.
Para quem o assunto ainda não lhe chegou, falo dos estrondosos resultados da segunda edição da Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades (PACC), elaborada pelo senhor Ministro da educação, Nuno Crato. Foi num último exercício do teste que os coelhos sairam da cartola e, desta vez, não por magia, sairam para fazer chorar um país que sempre prezou o amor à pátria da língua portuguesa. Segundo os dados fornecidos pelo ministério, o exercício, que consistia na redação de um texto com um mínimo de 150 palavras, conseguiu não ser cumprido por 20% dos alunos que se dizem professores. Lê-se em vários jornais “Os resultados não foram animadores. (…) Apenas 35% não deram qualquer erro ortográfico e 20% deram cinco ou mais erros. Os erros de pontuação são igualmente frequentes.”. Como é que alguém consegue ser tão eufemista quando estamos perante resultados destes?
Não se admirem, professores universitários, quando vos chegam às mãos alunos sonhadores que querem ser escritores e jornalistas mas que, em paralelo a essas ambições, escrevem que “haviam sonhos até à uma hora atráz.”.
Preocupa-me que vinte por cento da educação do futuro esteja nas mãos destes profissionais. Fazemos das redes sociais o muro das lamentações para os mais diversos assuntos mas hoje, que Fernando Pessoa deixa de ter pátria para amar, ninguém se atreve a falar sobre isto. Porquê? Porque deve haver mais professores no facebook do que a dar aulas.
Adeus

4 comentários:

  1. A professora da primária do meu irmão disse que a árvore que dá azeitonas é uma azeitoneira... Continua a dar aulas... E depois acham que têm razão.... Ah e tal não queremos fazer a prova é injusto.... Injusto ou vergonhoso?

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  2. Meu deus. Essa da "azeitoneira" doeu. Então a mim, que sou transmontana... AIII.

    Tive um professor universitário que escreveu "textos" na plataforma online da escola desta maneira: "testos".

    Yap. Queria cozinhar trabalhos.

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  3. é normal dar erros, mas com tantas plataformas online é escusado

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  4. Eu não acho normal que um professor universitário de um curso de letras, como o de Ciências da comunicação, dê erros, quanto mais escrever "testos" :(

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