19 de dezembro de 2013

É hoje ou talvez não

Nunca fui apologista do agora ou nunca, nem do típico argumento de quem não pensa naquilo que pensa: "Não mudaria nada no meu passado"- solto gargalhadas de cada vez que oiço isto - Mas mesmo não sendo apologista dessa prática, a minha vida anda no carreirinho das vidas sociais que vamos criando, e isso nota-se, principalmente, nos dias em que abro a exceção do "de hoje não passa", e do "Desculpa, agi mal em agirmo-nos. Move on."

A verdade é que podíamos ser todos uns valentões decididos, com as nozes nos sítios, com as palavras na boca, com a razão no peito e com o amor nos gestos. Podíamos ser uns sinceros naturalistas com prezáveis atitudes, podíamos ser concretos com o mundo, tal e qual como ele é connosco... podíamos ser tudo aquilo de que não me lembro agora, nem me apetece lembrar - até porque arranjar adjetivos heróicos só é o meu forte nos rascunhos. 
Talvez pudéssemos dar uma hipótese à espontaneidade, talvez pudéssemos preocuparmo-nos com a despreocupação, talvez pudéssemos...

Costumam dizer, por aí, que o tempo é curto, que a vida passa rápido, que ainda ontem era sexta e hoje já é domingo... mas não costumam dizer que o tempo é o tempo, que ele passa tão rápido aqui como na lua - estando nela ou não - não costumam dizer que a vida, como ela é, foi e é tão aproveitável como tudo o resto que falta, e muito menos dizem que ainda ontem era segunda e hoje já é sexta.

Já que estamos cá para isso, pensemos então sobre o que somos - Eu ajudo - Não somos nada nisto tudo. Podemos ser umas décadas em tantos milhões de anos, mas somos, também, uma diferença nenhuma em qualquer um deles.
Os meus botões dizem-me que, enquanto cá existirmos, o tempo não deveria existir no nosso pulso, o dia do "É agora ou amanhã" deveria reinar, e o dia do "Agi mal em agirmo-nos" deveria ser apenas um feriado. E se pudessem tirar-nos esse também...

Adeus


Sem comentários:

Enviar um comentário