6 de janeiro de 2014

Odeio-te, mês de Janeiro

Odeio o mês de Janeiro. É chuvoso, é frio e é feio. Diria até que podia ser banido do calendário anual da humanidade. Em Janeiro nada é positivo. E não estamos a falar de amor-ódio, não senhor.
É o mês em que se repensa no que se concretizou no ano anterior, no que se quer concretizar no ano que acaba de começar, e é também o mês em que nunca se pensa no que se pode fazer ainda hoje.
Começa logo com o dia 1: o dia em que se dorme até às tantas, vestem-se as piores calças de pijama para andar em casa, comem-se os doces e restos da jantarada do dia anterior, e, se tentarmos ligar a televisão, levamos com filmes que, apesar de parecerem apelativos, não o são, de todo.
A partir do dia 2 já o nosso corpo está habituado a não ter horários aceitáveis no seio familiar. Hoje adormecer às 4 da manhã, amanhã às 5h e quando damos por ela já os pais andam de pé para irem trabalhar e nós ainda nem nos deitamos. É nessas alturas que pensamos: Que inútil que sou. 
No dia a seguir acordamos e já são três da tarde. Já eliminamos, sem querer, o pequeno almoço e o almoço; a primeira refeição passa a ser o lanche. Ainda agora acordamos e já o sol se foi. Quando damos por ela já são horas de jantar, os pais já se preparam para um novo dia e o nosso parece ainda nem ter começado. Já é de noite e a maior decisão que temos para tomar é: escolher um filme, ou dois, porque o sono tarde virá. Dois filmes vistos e centenas de palavras escritas a quem está longe e que o facebook aproxima.
Olhamos para o canto inferior direito e ups, já são quase 5h. Bem, vamos tentar dormir para amanhã tentar acordar a umas horas decentes...e se fosse lá para a 13h30h já nos orgulharíamos.

Este meu ódio pelo mês de Janeiro deve-se, provavelmente, ao facto de a minha vida passar de bestial a besta em tão poucos dias. Não lido bem com o não ter horários, não consigo viver em pleno quando não tenho o plano do dia seguinte. E quando se está um mês sem qualquer plano diário, podemos dizer, então, que estamos perante férias. Desculpem anunciar desta maneira o meu desagrado por férias. Quando em Maio do ano passado vi que tinha três meses de férias pela frente, invoquei todos os santinhos do universo à minha reunião de salvação e concluímos que deveria fazer alguma coisa útil. Pensei em tudo, até esfregar escadas pelos prédios de toda a cidade vianense. Lá pensei melhor e surgiu um estágio.
As férias matam-me. Fico desleixada comigo, com os outros e comigo outra vez. Arrastar-me do sofá parece ser o maior desafio do dia e arrumar a cozinha parece um inferno. 

Odeio ser sedentária e o mês de Janeiro obriga-me a isso.
Odeio-te, mês de Janeiro. 

Adeus

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