9 de novembro de 2013

Já te disse?

Os teus olhos, ora verdes, ora cinzentos, o teu nariz perfeito, a tua inteligência, o teu humor igual ao meu e a maneira de como falas, assertivamente. O carneirinho que há em ti, o inho que não gostas, as músicas que me fazes ouvir, as tuas ironias, a capacidade que tens para me entreter, sejam 4 da tarde ou 4 da manhã. O teu ar de quem não dá confiança, a pitada de arrogância, os teus braços fortes, prontos a receber alguém, ah, e os teus abraços apertados, aqueles que me tiram o ar. O cheiro que não possuis, o seres quase indecifrável, a timidez que te cobre e os teus olhos, já falei dos teus olhos? A tua insatisfação e saberes que ela existe, a tua barba mal cortada, o cabelo que às vezes não tens, a altivez da tua cara - que dá vontade de esbofetear com beijos - o cavalheirismo e a tua estrutura, toda ela. A tua eloquência, dependência, impaciência, o teu gosto, os teus ataques de gritaria, que te fazem projetar aquela voz forte - que só tu tens - o teu pensamento, o não gostares de Senhor dos Anéis, o teu sótão inspirador e a tranquilidade que ele me transmite. O seres prático ou nem por isso, o seres confuso, o corares com um beijo na testa, o seres atento ao que acontece no mundo, apesar de, por vezes, nem estares nele. Os teus cozinhados, a tua canela na carne, o gostares de chá e a tua voz, já falei da tua voz? Os teus ombros largos, as tuas calças da caça, o quereres jornalismo, a tua infância, o seres transmontano, o teu poder de comunicação, argumentação e não decisão, os teus lábios, o gostares de Pessoa e o assombro do teu português, que me faz querer ao teu lado. A tua altura, a maneira de como rodas a bandeirola verde e branca, a tua sensibilidade, o interesse que temos nas pessoas, as tuas palavras, que poucas, são suficientes. O facto de te lembrares dos mosquitos que poderia atrair com o vestido amarelo, a maneira de como me deixas pôr-te creme na ponta do nariz, mesmo sem quereres que o ponha. O facto de me teres lido, o facto de me estares a ler, o facto de não gostares de pessoas pouco inteligentes, de perceberes bem o mundo e de te perceberes muito mal a ti, o seres vadio quando estás bêbado, a tua história e os teus abraços...já te disse que eram apertados?


Adeus



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