8 de junho de 2014

Da criação à realidade

As minhas palavras não conseguem acompanhar tudo o que sinto. O filme - Ruby Sparks -, em termos cinematográficos não é por aí além. A história é irrealista e os menos crentes não vão querer repeti-lo. A mensagem que passa, essa, é muito diferente. Consegue ser tudo, tudo aquilo que quem cria e recria quer ver, ouvir e sentir. É fenomenal. Nunca um filme retratou tão bem a realidade iluditória de quem se dedica a escrever. Arrebatou-me. Tudo o que eu já senti, pensei, imaginei...acontece. Tudo acontece neste filme. É impressionante como um filme consegue retratar esse sentimento de uma forma tão perspicaz e ao mesmo tempo tão suave, ao ponto de só aqueles que viveram ou vivem o mesmo perceba m tão claramente o que o escritor quer dizer com toda a sua criação.
Quanto a mim, e depois de tantas criações, consegui ver uma dessas projeções - a maior, até - passada a realidade. O sonho que é escrito, as palavras imaginadas, e a certo momento - o momento que era aguardado há anos luz - se sentem fingidas e todo aquele sentimento que se pensa um dia sentir...não existe, é forçado. À minha culpa, tal como no filme, se eu não tivesse criado....se eu não tivesse exigido e inventado uma imagem do que era a perfeição, talvez tivesse vivido essa realidade de maneira diferente e mais intensa, até. Tudo o que se realizou é o tudo que se vai perder. Tudo o que fui criando é o mesmo tudo que amo e é o mesmo tudo que vou perder. Tudo o que imaginei ser sublime, é realidade. Tudo o que é realidade...é só mais um bocado de vida. Deixa de ser sublime, deixa de ser criação, deixa de ser perfeição, passa a ser só...realidade. Sinto que essa realidade me faz duvidar do que possa sentir. Muitos foram os dias em que duvidei que tudo pudesse ser sublime. Mas aconteceu e foi, foi tão sublime que me custa decidir a eternidade do momento. Ou foi e é, ou é e será. Eu amo-te. Não vão ser minutos, segundos ou olhares vazios que me vão fazer abandonar tudo aquilo que criei em ti, em mim, em nós. E depois de tudo criado, sentido e realizado, sei que te amo na mesma. Mesmo sendo estas palavras fora da minha zona de conforto - a qual foi criar-te - Eu amo-te.



Adeus


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