21 de abril de 2014

Não falo das amêndoas nem da cruz

Páscoa, Páscoa. O que é mesmo a Páscoa, assim... na prática? É uma festividade, não sabendo ao certo o que se festeja, (sei, de facto, era só uma pitada de ironia) prefiro acreditar que é um dia no qual se junta a família toda à volta de uma mesa. Há quem almoce em união, aí o dia já pede um cabritinho, e há quem vá só para o lanche, nesse caso faz-se buffet à mesa mais calórica de todo o sempre. Depois chega a cruz, ámen ámen e continua-se debruçado na mesa, apesar de já se sentir o cinto apertado nas bordas da barriga. 
Mas é no fim do dia que nos apercebemos que o mais importante da Páscoa é sabermos que a tia Almerinda frequenta aulas de pilates, é sabermos que o Rodrigo se está a portar bem nas notas, é ouvirmos que estamos mais gordos ou mais magros, é ouvir as queixas dos indignados ou ouvir as histórias de como o tempo passa. O mais importante é sabermos uns dos outros. 
Cá em casa não houve Páscoa, e não falo das amêndoas nem da cruz, falo dessa união. Almocei sozinha e passei o domingo com a sweat de curso ao invés da melhor roupa para postar no Instagram. Se é triste? Ora, não. No sábado que vem vou queimar as fitas e é aí que vou festejar a minha Páscoa, e não falo das amêndoas nem da cruz, falo de ter a família à volta da mesa.  


PS: Tia Almerinda e Rodrigo são personagens fictícias, desculpem desiludir.

Adeus

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